terça-feira, 16 de junho de 2009

chão frio

seus olhos miravam o nada
baixos, da altura do chão frio
um olhar de agonia
que destruído olhava o nada
do fundo do seu ser brotava a dor
que sem explicação avançava para o resto do corpo
de longe ouvia o barulho da cidade em movimento
ali, dentro do quarto escuro só o silêncio mortal
a noite, hoje medonha
se aproximava lentamente
logo os demônios do escuro,
os fantasmas da noite se libertariam dos grilhões do dia
libertariam seus gritos para as estrelas
ferindo os ouvidos de quem acredita na esperança
a dor transbordaria pelos poros e se derramaria pelo chão frio
o sangue iria fluindo
conhecendo o mundo cão
o corpo inerte repousando no chão frio
se despedindo da vida
a dor acalmando
o coração parando
o futuro acabando

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