sexta-feira, 26 de junho de 2009

Última canção para a Leila



De longe cheguei
Numa viagem através da noite
De volta à terra do nada
Em busca daquele lindo olhar verde
Te imagino sorrindo
Me esperando na rodoviária
Dois meses de saudade
Na viagem mais inútil que já fiz
Eu queria você
Por isso passei a noite fazendo planos
Imaginando os melhores momentos

A verdade
A triste verdade se revelou quando te vi
Não me enxerguei no teu olhar
Estava na tua frente um estranho
Estranha forma de amar
Sai da tua frente
Tu nunca saiu da minha
Até hoje

Teu olhar verde sempre iluminou o meu caminho
De você tenho as melhores lembranças
Teu cheiro ainda sinto na memória
Tu foi a primeira que a lembrança me permite
E pra você foram muitas homenagens
Mas o tempo passou
E a vida me trouxe outras leilas
Nenhuma como você
Por isso resolvi contar que ainda estou atrás daquela menina
Que na minha frente caminhava
Eu ia logo atrás apreciando o cadenciar
Mas quando não me vi no teu olhar...
Eu soube que a vida tinha me mandado ir em frente
Eu fui
Hoje estou olhando pela ultima vez para trás
Última vez

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Eu matei o Lennon



Sim. Fui eu. Mas posso garantir que tive meus motivos para tal. Ou razões. Como achar melhor.
Era uma noite muito agradável, chovia a cântaros lá fora. Na televisão, os mesmos programas modorrentos de sempre. O computador já não tem o mesmo fascínio de outrora. Olho para a Katy e não vejo como pode ser... He He He...
A Nicole, serelepe, fica engatinhando e sendo meu chicle amado. Realmente não me sobrava muita coisa para fazer. Meus livros não me satisfazem. Já li todos.
Olho a minha volta e não tenho nada para fazer. Levanto decidido do sofá que me aprisiona. Olho para o relógio. 21:00 pm. Uma hora boa. Sobrar uma hora para que a lei do silêncio se sobreponha a qualquer vontade.
Vou até o quarto, me abaixo. Esta debaixo da cama. Minha arama esta enrolada na sua capa protetora. Uma nuvem de pó também esta depositada sobre ela.
Levo até a sala e a Katy me lança um olhar que vai da graça a raiva. A Nicole me observa e já espicha o olhar dela. Decerto previu alguma arte. Os olhinhos vivos me acompanharam pela sala. Sentei-me no sofá.
Posicionei o corpo e dedilhei o primeiro acorde. Afinei a voz e comecei a cantar uma musica. Imagine.
Sim. Ela é um clássico.
30 segundos depois olhei para a Nicole que chorava desesperada. A katy já esta correndo atrás do bico dela. É a única coisa que acalma a vespinha. Acho que estava me xingando. E, eu pude ver o Lennon se revirando na cova.
Levantei desiludido com a minha performance. Guardei meu violão embaixo da cama novamente. Que ficasse guardado mais um tempo. Ainda não era a hora de provocar aqueles que já tinham partido.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Um dia houve despedidas...

Se forem aquelas construções moinhos de vento não teria como afirmar,
No meu sonho eles estavam contra o horizonte que amanhecia
A cidade que estava ficando para trás não era Cruz Alta e nenhuma outra que já tinha visto
Talvez fosse aquela cidade que povoa nossos sonhos mais alegres
Derrubando as sombras da madrugada o sol,
Imponente e limpo espalhava-se pela campanha
Iluminando coxilhas e capões virgens
Estava só com minhas reflexões
E, um semblante carregado me olhava do retrovisor quando nossos olhares se cruzavam
Era isso que eu tinha comigo
Visões e fantasmas esqueléticos contra o fundo azul do amanhecer
Despedidas e dúvidas no bagageiro do carro
Era um inverno difícil de se livrar
Daqueles que gelam a alma e marcam fundo no ser
Era um abandono próprio de quem nada tinha a perder
Nem o caminho sabia, mas o coração guiava
Curvas após curvas o passado ia ficando na madrugada que se despedia
Vida nova vinha batendo no pára-brisa
No horizonte galpões desenhados e refletindo o sol
Não. Não eram moinhos de vento.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Os Espíritos



Estava olhando um filme esse final de semana e ele me levou a uma conclusão bem legal. Mostrou-me uma situação que nos defrontamos várias vezes durante nossa vida e normalmente nos colocamos ao contrário do que a situação exige.
Primeiramente, vou falar do filme. Os Espíritos (The Fighteners, 1995), é um filme com a direção de Peter Jackson, aquele mesmo da ótima trilogia O Senhor dos Anéis e da refilmagem do King Kong. O filme é simples. Um psicopata queria ser o maior Serial Killer da história. Não conseguiu. Morreu e do além voltou para continuar a matar. Um filme comum. Nele tem uma surpresa, quem quiser saber, basta olhar o filme, que é de terror, mas possui uma boa dose de comédia também. Em 1995, comparando com os dias atuais, os efeitos especiais estavam se desenvolvendo.
Para o plano inicial, o diretor Jackson tinha pouco dinheiro, e muitas idéias a dispor nos efeitos. Foi adquirindo computadores e chegou ao número de 35. Ou seja, nas palavras dele, terminei o filme e tinha 35 computadores e não sabia o q fazer com eles. Daí surgiu à idéia de fazer a série do livro o Senhor dos Anéis.
Não sei se expliquei bem, mas o cara mudou a vida dele. Ele era um diretor mediano em 1995. Por culpa de 35 computadores que ele não sabia o destino que dar, tornou-se um dos diretores mais bem pagos do planeta. De um problema, falta de dinheiro, ele saiu por cima.
Quantas vezes temos um problema e não conseguimos ver uma saída. Quantas vezes perdemos as oportunidades de transformar fel em mel?
Quando nos confrontamos com um problema ficamos tão obcecados com a solução que não nos damos conta que o problema pode vir a ser a solução.